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Para onde vai o lixo de Curitiba?

terça-feira, 8 de março de 2016

Uma pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas apontou que 76% dos curitibanos entrevistados não sabiam para onde era levado o lixo recolhido em suas casas. O número nos permite presumir duas coisas: há um enorme desinteresse e descaso com a temática do lixo — a partir do momento em que ele está fora de casa, não é mais problema nosso —, mas também desinformação. Você já ouviu falar sobre o Consórcio Intermunicipal para a Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos de Curitiba e Região Metropolitana (Conresol)? São poucas as referências ao consórcio responsável por gerenciar os resíduos de 23 municípios próximos à capital paranaense. O próprio Conresol não dispõe de portal online. Para ter acesso às atas das reuniões, por exemplo, é preciso ir até a sede do Consórcio, na Avenida Manoel Ribas, nº 2727. “O site do Conresol está sendo implantado; deverá estar operacional, gradativamente, a partir de 90 dias”, informou o Secretário Executivo do Conresol, Arlineu Ribas, via pedido de informação, no dia 19 de fevereiro de 2016 (vamos cobrar!).
Foto: Joel Rocha/Secretaria Municipal da Comunicação Social de Curitiba

Na falta de um portal próprio, as informações sobre a coleta de resíduos da cidade ficam restritas ao site da Prefeitura Municipal, cuja página destinada especificamente ao Conresol dispõe de poucas informações e não é atualizada há mais de 8 anos. Não raro a Agência de Notícias da Prefeitura de Curitiba publica notas sobre o gerenciamento do lixo, mas ter acesso aos dados brutos seria uma postura condizente à cidade que ocupa a 11º posição entre as capitais com o melhor Portal da Transparência, de acordo com levantamento do Ministério Público Federal.

Afinal, para onde vai meu lixo?
Vamos aos fatos. Em novembro de 2010 o Aterro Sanitário da Caximba foi desativado depois de 21 anos de operação. Desde então, a Conresol providenciou Credenciamentos em caráter temporário e emergencial. O lixo doméstico não reciclável, este gerenciado pela Conresol, passou a ser encaminhado para 2 aterros particulares: o da empresa Estre Ambiental em Fazenda Rio Grande (1), que recebe cerca de 2,5 mil toneladas de lixo doméstico orgânico e resíduos da construção civil, e o aterro da Essencis Soluções Ambientais S.A. no CIC (2), que recebe cerca de 100 toneladas de lixo domiciliar convencional e tóxico (tais como baterias, inseticidas, lâmpadas, tintas, medicamentos vencidos etc) por dia. O contrato, estabelecido a partir de edital (Credenciamento 001/2010), venceu em 28 de outubro de 2015. Um novo edital (Credenciamento 001/2015) foi lançado em 14 de julho de 2015 cujo resultado deu novamente às empresas Estre Ambiental e Essencis Soluções Ambientais S.A. licença para continuar operando.

Já os resíduos recicláveis, todos provenientes dos programas “Lixo que não é lixo” e “Câmbio Verde” da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, são encaminhados para dois lugares: a Unidade de Valorização de Recicláveis (UVR) em Campo Magro (3), que faz a triagem destes resíduos, e também os barracões do programa EcoCidadão (4), projeto da Prefeitura de Curitiba que busca orientar, organizar e apoiar associações e cooperativas de catadores de material reciclável.

Os resíduos vegetais são encaminhados para a empresa BYONTO, localizada no Município de Fazenda Rio Grande (5), onde são transformados em biomassa. Não encontrei informações sobre esta empresa e a assessoria não respondeu ao meu E-mail com o pedido de CNPJ.

As informações que constam na página sobre Limpeza Pública no portal da Prefeitura Municipal estão, portanto, desatualizadas. Mas agora você já tem uma (leve) noção dos locais para onde seu lixo é encaminhado — e por serem destinados a 5 lugares diferentes, reforça-se a importância de separá-lo corretamente!


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